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Câncer de próstata

Sobre a doença

 Entendendo o câncer de próstata. 

A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz localizada atrás da base do pênis do homem na frente do reto (que é uma parte do intestino) e abaixo da bexiga. Normalmente o peso estimado desta glândula está em torno de 25 gramas Sua função principal é a produção do fluido seminal, o líquido que protege o sêmen. O câncer de próstata ocorre quando uma célula desse glândula começa a crescer descontroladamente. Normalmente, as células do câncer de próstata podem produzir um excesso de uma substância no sangue chamada antígeno prostático específico (PSA), por isso esse exame frequentemente é relacionado ao câncer de próstata. O PSA também é encontrado em níveis mais elevados do que o normal em várias outras condições benignas da próstata, como infecções, por exemplo, não sendo de maneira alguma específico para o câncer.

Ilustração genitália Masculina

Mais de 95% dos cânceres de próstata são do tipo denominado adenocarcinoma. Alguns tipos crescem muito lentamente, podendo não causar nenhum sintoma ou problema durante anos. Por esta razão, a detecção precoce do câncer de próstata com exame de PSA em homens ainda é controversa. No entanto, a maioria dos órgãos médicos recomenda que o paciente discuta com seu médico os benefícios da realização desse exame na rotina. Os benefícios em se realizar o rastreamento do câncer de próstata com o PSA dependem da idade do paciente, história familiar e condição clínica, dentre outros aspectos.

Fatores de Risco

Alguns fatores que aumentam o risco de câncer de próstata são a idade avançada, a raça negra, histórico familiar de câncer e a predisposição genética. Existem alguns outros fatores que podem aumentar o risco, mas que não tem comprovação definitiva. Dentre eles estão o tabagismo, o consumo intenso de gordura animal e a baixa ingesta de vegetais.

Sintomas

Muitas vezes o câncer de próstata é assintomático, descoberto através de exames de rastreamento. Quando existe algum sintoma, mais frequentemente eles são: micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, havendo a necessidade de se esforçar para esvaziar a bexiga, sangue na urina, vontade de urinar com frequência durante a noite, sangue no fluido seminal e dor ou ardor ao urinar. Importante ter em mente que muitos outros problemas, que não o câncer, podem causar os sintomas mencionados. Na prática, é mais frequente que alguma condição benigna cause estes sintomas, como a hiperplasia prostática. Portanto, se você estiver apresentando quaisquer dos sintomas citados, comunique o seu médico para a investigação adequada. Sintomas como dor nas costas, quadris ou outros ossos, perda de peso inexplicada e fadiga, podem sugerir que o tumor já esteja mais avançado, tendo gerado metástases.

Diagnóstico

Geralmente o câncer de próstata é encontrado através de um teste de PSA ou toque retal, em homens que têm doença em estágio inicial e não possuem nenhum sinal ou sintoma da doença. Para o diagnóstico da doença e definição do tratamento é fundamental uma biópsia da próstata. A forma mais frequentemente utilizada para a biopsia de próstata é através do auxílio do Ultrassom. Como parte do processo de diagnóstico alguns exames adicionais podem ser necessários. Eles incluem exames laboratoriais, tomografia e/ou ressonância e cintilografia óssea. A ressonância multi-paramétrica da próstata é um exame que permite uma visualização muito precisa da glândula prostática e do tumor, sendo bastante útil em diversas ocasiões. Outro exame que tem sido cada vez mais utilizado é o PET-CT com PSMA. Este exame é muito preciso na localização dos possíveis focos de câncer de próstata. No entanto, suas indicações e interpretação dos achados dependem da avaliação de um médico com foco em uro-oncologia.

Tratamento

Um dos fatos mais importantes em relação ao câncer de próstata é a doença heterogeneidade da doença, ou seja, existem tumores que crescem muito devagar e nunca irão causar problemas. Por outro lado, existem pacientes que podem falecer dessa doença. Por isso, dependendo da extensão da doença o tratamento pode compreender desde apenas o acompanhamento do paciente até a combinação de cirurgia, radioterapia e tratamentos hormonais. Hoje existem ferramentas clínicas e laboratoriais que permitem definir melhor o risco de cada paciente, adequando o tratamento a cada situação.
Se o câncer de próstata é diagnosticado em fase inicial e está crescendo lentamente, pode ser que tratar o câncer cause mais desconforto do que a própria doença, sendo que o médico pode recomendar a vigilância ativa (um tipo de acompanhamento). Caso seja optado pelo tratamento local do câncer de próstata, as opções disponíveis são a cirurgia (a prostatectomia radical) e a radioterapia, com ou sem tratamento anti-hormonal associado.
A cirurgia da próstata pode ser feita por via aberta, laparoscópica ou robótica. As três modalidades são eficazes, e a escolha depende da habilidade e costume do cirurgião com a técnica. Alguns dados sugerem que a recuperação pós operatória com a robótica pode ser mais rápida. Já a radioterapia pode ser realizada por meio de braquiterapia ou por aceleradores lineares, chamada radioterapia externa. Existe também muitos comentários sobre o tratamento do câncer de próstata localizado com o Ultrassom de alta frequência (conhecido como HIFU). De forma geral, os dados de segurança e eficácia desta técnica são ainda iniciais.

Os benefícios e efeitos colaterais de cada modalidade de tratamento devem ser minuciosamente discutidos com seus médicos, e uma discussão em conjunto com cirurgião urologista, radioterapêuta e oncologista clínico é fortemente recomendada na hora de definir a terapia mais apropriada. Além disso, poderá ser necessário em alguns casos a associação de tratamentos, como, por exemplo, a cirurgia, seguida de radioterapia e hormonioterapia.


Nos casos em que houve retorno do câncer ou quando ele já tem metástases, a manipulação hormonal está entre as opções frequentemente utilizadas, seja com medicamentos (injetáveis ou por via oral) ou cirurgia. A células do câncer de próstata frequentemente utilizam o hormônio testosterona para o seu crescimento. Dessa forma, muitos dos tratamentos buscam reduzir os níveis de testosterona ou impedir que esse hormônio exerça seus efeitos nas células com câncer de próstata. Em algum momento do tratamento, pode ser que o paciente necessite realizar quimioterapia, sendo que essa decisão tomada por seu oncologista. Hoje em dia, novos tratamentos estão sendo testados no câncer de próstata, como vacinas e medicações que buscam fortalecer o sistema imunológico, tudo para melhorar ainda mais os resultados do tratamento do paciente. Dentre os novos tratamentos promissores está o Lutécio associado ao PSMA. Essa forma de terapia se direciona especificamente para as células doentes com câncer de próstata, e alguns dor resultados iniciais com essa terapia são bastante animadores.


Após o tratamento, podem ocorrer alterações na função sexual e na função da bexiga. Além dos efeitos secundários físicos, também pode haver efeitos emocionais e sociais. É muito importante que o paciente compartilhe com o médico e com a equipe sob o controle dos seus cuidadoso todos os aspectos que ele está vivenciando, para auxílio no controle de todas essas questões.
Por fim, cada vez mais fica claro que alguns tumores de próstata podem estar associados a um risco genético hereditário. Atualmente, já existem ferramentas apropriadas para realizar esse tipo de investigação. Portanto, a depender de fatores individuais, a discussão sobre essa forma de avaliação com o médico pode ser importante.

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