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Sobre o câncer

Os tratamentos

Tipos de Tratamento Utilizados para combater o câncer

1. Tratamento sistêmicos:

Esses são tratamentos que circulam pelo sangue e percorrem todo o corpo, mas com ação mais concentrada no câncer. Como também atingem outros tecidos que não estão doentes, podem originar efeitos colaterais ao afetarem células sadias. A forma mais comum é a quimioterapia. A quimioterapia consiste em medicamentos que destroem células do câncer por afetarem a capacidade destas células se dividirem. Nos últimos anos, houve um aumento muito grande no número de novos tratamentos sistêmicos para alguns cânceres e muitos deles não são quimioterapia propriamente dita. Por isso, é muito importante que seu médico esteja atualizado com essas novas opções disponíveis. Outros tipos de medicamentos utilizados no tratamento do câncer que não são quimioterapia são:

Drogas de alvo molecular (como os anticorpos monoclonais e as pequenas moléculas inibidoras). Essas drogas bloqueiam proteínas específicas dos tumores, que muitas vezes estão mais ativadas do que o normal. Um dos mecanismos que fazem com que uma proteína esteja mais ativada em um tumor é uma mutação. Por isso, existem drogas de alvo molecular que apenas serão efetivas quando existe uma mutação específica que o oncologista deve testar antes de iniciar o tratamento. Também existem drogas de alvo molecular que não precisam de um teste de mutação para serem utilizadas. Alguns exemplos de drogas de alvo molecular são:
-Bevacizumabe: um anticorpo monoclonal que bloqueia uma proteína importante para formação de vasos sanguíneos do tumor
-Erlotinibe: uma droga oral que bloqueia um receptor chamado EGFR que está ativado em um alguns tumores, como o câncer de pulmão
-Trastuzumabe: um anticorpo monoclonal que bloqueia o receptor Her2, muitas vezes ativado no câncer de mama e câncer de estômago.

Imunoterapia: aumenta a capacidade do próprio organismo do paciente em eliminar os tumores. Os imunoterápicos têm como principal objetivo determinar a expansão das células de defesa, especialmente os linfócitos T, que devem agir contra as células tumorais. Através desse importante mecanismo, em que o próprio paciente elabora uma resposta imune contra o tumor, é que podem ser observadas respostas mesmo após a suspensão da medicação. Além disso, com a experiência cada vez mais robusta nesse tipo de tratamento, pode-se observar um grupo de pacientes que experimenta respostas completas do tumor (desaparecimento de todas as lesões tumorais), as quais podem ser sustentadas, sugerindo que essa modalidade terapêutica possa inclusive curar um grupo de pacientes portadores de doença avançada. O número de indicações para uso de imunoterapias tem aumentado a cada ano.

Drogas hormonais: bloqueiam ou aumentam alguns hormônios. Alguns tipos de tumores dependem de hormônios presentes no nosso organismo para se desenvolverem. Como exemplo, o câncer de mama pode depender do estrógeno e o câncer de próstata da testosterona. 

Formas de Administração dos Tratamento Sistêmicos

O tratamento sistêmico pode ser aplicado de diferentes maneiras no paciente, o que depende do tipo de medicamento que vai ser usado (cada medicamento tem sua forma preferencial). Pode ser administrado pela veia, semelhante a um soro, pela boca na forma de comprimidos, cápsulas ou líquido, como uma injeção abaixo da pele ou no músculo, ou diretamente dentro de algum órgão. O tipo de administração não define qual o tipo de medicamento. Assim, existe quimioterapia que pode ser feita endovenosa ou via oral; da mesma forma, existem drogas de alvo molecular que são administradas na veia e algumas por comprimidos.

2. Cirurgia:

Trata-se da remoção do tumor e de seu tecido ao redor por meio de uma operação. A cirurgia é a forma mais antiga de se tratar o câncer e permanece como uma opção importante e efetiva. Os objetivos da cirurgia podem variar, indo desde a remoção completa do tumor, até a obtenção de uma parte dele para diagnóstico. O tipo e a complexidade do procedimento também dependem do câncer, da sua localização e extensão, sendo determinado por um médico cirurgião. Existem uma série de tipos de procedimentos, desde cirurgias extensas com abertura da pele, até procedimentos menores, com uso de técnicas não invasivas que são empregados no tratamento do câncer. Um dos exemplos é a cirurgia robótica, que tem apresentado destaque importante na oncologia nos últimos anos. A necessidade de internação e o período de recuperação estão ligados ao tamanho e complexidade de cada procedimento.

3. Radioterapia:

Essa é uma forma de tratamento que usa a radiação ionizante como forma de danificar e eliminar as células do câncer. A radiação deve vir de uma fonte, que normalmente é um aparelho capaz de emití-la, ou de sementes radioativas que são colocadas em contato direto com o tumor. Essa forma de tratamento pode ser administrada em uma ou várias sessões, a depender do tipo de tumor e do tratamento selecionado. Em cada sessão, o paciente fica exposto à fonte que produz a radiação por um curto período. A radioterapia pode ser utilizada como uma forma de tratamento exclusiva, mas também como algo para auxiliar nos resultados da cirurgia e/ou do tratamento sistêmico.
Toxicidades e eventos adversos podem estar presentes em todas essas modalidades terapêuticas, variando bastante conforme a combinação ou tipo de tratamento. Devido ao grande número de tratamentos sistêmicos disponíveis, é muito difícil caracterizar um perfil único de toxicidades. Nesse sentido, é fundamental discutir com seu oncologista qual o perfil de toxicidades esperado para aquele tratamento específico que será prescrito.

O diagnóstico

Para o combate ao câncer, é fundamental o diagnóstico precoce

O sucesso do tratamento depende da descoberta da doença em seu estágio inicial

O câncer é o segundo grupo de doenças com a maior taxa de mortalidade no mundo, estando atrás apenas das doenças cardiovasculares. Mais de 8 milhões de pessoas por ano são vítimas do câncer, um inimigo que exige uma complexa rede de estratégias para ser controlado. Porém, há um fator que é fundamental e determinante para a maior chance de cura: o diagnóstico precoce.
 
Nesse sentido é muito importante estar atento aos sintomas. Porém, ainda mais importante é a realização dos exames preventivos anualmente, conforme orientações das sociedades médicas. A intenção dos exames preventivos é detectar lesões precursoras do câncer ou, ainda, lesões malignas em estágios iniciais. Nessa situação o tratamento, além de poder ser menos complexo, possui maior eficácia, aumentando as chances de cura. A taxa de mortalidade mundial relacionada ao câncer está progressivamente se reduzindo, resultados dos exames de rastreamento precoce e da melhora da eficácia dos tratamentos oncológicos. Infelizmente, não existem exames de rastreamento para todos os tumores, então é fundamental estar em alerta para qualquer sintoma novo e procurar o médico para a investigação adequada

Nos casos em que existem exames de prevenção efetivos, os tipos de exames a serem realizados para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer, bem como a frequência de realização dos mesmos, dependem do histórico familiar de cada indivíduo. A realização dos exames preventivos depende de uma avaliação médica bastante completa, que inclui desde os hábitos de vida de cada pessoa, até uma história familiar detalhada. Só assim é possível estabelecer a melhor estratégia de prevenção para cada indivíduo. Os pacientes que identificam a doença em seu estágio inicial e realizam tratamento adequado, possuem uma maior chance de cura.  

Autor: Dr Denis Jardim, médico oncologista Titular do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês São Paulo

Tipos de câncer

O câncer pode se desenvolver a partir de uma célula localizada em qualquer local do corpo, sendo alguns locais de origem mais comuns, como a mama, intestino, próstata, pulmão, dentre outros. Iremos discutir em detalhe cada tipo de câncer, a partir de seu local de origem.

O câncer

Câncer é termo conhecido, mas pouco compreendido pela maior parte da população. Nós, da Oncologia São Paulo vamos trazer discutir muitos tópicos sobre esta doença, desmistificando várias informações, mostrando o que realmente é importante na prevenção e tratamento do câncer.

O que é o câncer?

O câncer é uma entidade clínica que reúne várias doenças. Essas são caracterizadas por um processo em que uma série de alterações nas células de nosso organismo leva a um crescimento anormal das mesmas. Todos os nossos órgãos e tecidos (pulmão, mama, próstata, intestino, etc..) são constituídos por células que se dividem normalmente para reposição e crescimento do organismo. Por uma série de fatores, algumas dessas células ficam doentes e seu crescimento torna-se descontrolado, normalmente acelerado. O acúmulo dessas células pode levar a formação de um tumor, que pode ou não ser visível. Mas nem todo o tumor é um câncer: existem aqueles tumores feitos por um acúmulo de células normais (os tumores benignos). No entanto, quando ele é formado por essas células doentes e descontroladas (cancerígenas), ele é um tumor maligno. O tumor maligno é capaz de crescer de forma descontrolada, podendo inclusive atingir vários órgãos (as chamadas metástases) Ás vezes o câncer também não forma tumores, como no caso das leucemias, em que as células doentes ficam circulando pelo sangue. O câncer pode se originar em praticamente todos os tecidos no nosso organismo. O nome “completo” do câncer vem justamente do local em que ele se formou (por exemplo, câncer de próstata e câncer de estômago, quando começam na próstata e no estômago, respectivamente) e do tipo de tecido que deu origem a ele (por exemplo, carcinomas, sarcomas, etc…). Mesmo quando o câncer se espalhou por outros órgãos o nome do câncer e o seu tratamento são baseados no local de origem. Por exemplo, se um paciente com câncer de rim possui células doentes espalhadas no pulmão, essas células que formaram a metástase no pulmão não são um câncer de pulmão, mas continuam sendo um câncer de rim.

O que causa o câncer?

É muito comum que as pessoas envolvidas com um diagnóstico de câncer procurem um causa “responsável” para a origem do problema. Dessa forma, seria mais fácil entender e combater o problema. No entanto, é muito importante notar que o câncer é uma doença complexa, possuindo várias possíveis causas. As nossas células normais estão a todo momento se dividindo, crescendo, envelhecendo e também morrendo durante nossa vida, sendo constantemente substituídas por novas células. Existe um complexo sistema que rege a “normalidade” desse processo, controlando nosso DNA e nossas proteínas. De uma maneira muito simples, seria como se imaginássemos uma linha de montagem da mais moderna máquina do mundo, com várias peças e componentes. Vários fatores podem interferir nesse equilíbrio gerando erros, os quais danificam o produto final, dando origem a um produto “defeituoso”. Esse produto é a célula que origina o câncer. O câncer possui inúmeras mutações, que são defeitos no código genético, ou DNA. Portanto, uma das causas mais importantes do câncer são os defeitos genéticos em si. Em alguns casos, parte dessas alterações já vieram como herança de nossos pais, por isso a história familiar e o componente genético hereditário pode ser um elemento da origem do câncer em alguns casos. No entanto, na maioria dos casos, essas mutações são adquiridas ao longo de nossas vidas, o que pode ocorrer pelo próprio envelhecimento de nossas células, por fatores agressivos do ambiente (como o fumo, a radiação solar, alguns produtos químicos), por infecções virais e por fatores nutricionais. E como o equilíbrio de nosso organismo pode ser abalado por outros fatores como stress, obesidade, sedentarismo, má alimentação dentre outros, cada vez mais reconhecemos que esses fatores podem ter um papel no surgimento do câncer. É importante lembrar que nesse caso não há risco de transmissão destas alterações genéticas para os seus descendentes. Também é muito importante lembrar que apesar de alguns tipos de câncer serem causados por vírus, o câncer não é uma doença transmissível.

O diagnóstico do câncer

O diagnóstico de câncer pode frequentemente se originar da investigação de novos sintomas desenvolvidos por uma pessoa. Seu médico pode solicitar exames para descobrir porque você desenvolveu determinado sintoma, sendo que essa investigação pode levar a um diagnóstico final de câncer. De forma, geral, todo sintoma novo que não melhora espontaneamente ou com o tratamento indicado em alguns dias merece uma atenção˜!ao maior. Em alguns casos, o paciente pode não ter sintoma algum relacionado ao câncer. Isso ocorre nos casos em que são feitos exames preventivos para detecção precoce do câncer, como no caso da colonoscopia para o câncer de intestino, mamografia para o câncer de mama, exame de Papanicolau para câncer de colo de útero e exame de PSA para câncer de próstata. Existem recomendações específicas para cada um desses exames e é importante que você se informe com seu médico, já que a prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para aumentar as chances de cura de certos tumores. Em alguns casos, o câncer pode ser encontrado ao acaso, devido a exames realizados para acompanhar outras doenças. Por exemplo, quando alguém realiza um exame de US de abdômen para avaliar uma possível pedra na vesícula e são encontrados nódulos no fígado. Para a maioria dos cânceres, o diagnóstico definitivo da doença ocorre apenas com a obtenção de uma biópsia, que é a remoção de um pequeno fragmento de tecido para estudo pelo patologista. Em vários casos esse exame pode ser fundamental para o planejamento do tratamento, e deve-se aguardar seu resultado para definições mais completas. Após o diagnóstico, seu médico pode precisar de exames adicionais dependendo do tipo e da extensão do tumor. Esses podem ser exames de sangue para avaliar o funcionamento da medula óssea, dos rins e do fígado, exames de imagem (como raio-X, tomografias, ressonância e PET-CT) para avaliar a extensão do tumor e outros. Para cada situação existem os exames necessários e, portanto, eles podem variar de paciente para paciente. Por exemplo, para vários tipos de câncer o PET-CT não está indicado, e sua informação pode não ser útil no planejamento do tratamento. Nessa mesma linha, existem vários tipos de PET-CT e alguns podem não ser adequados para alguns tumores. É importante que o seu médico tenha as informações diagnósticas corretas para definir seu tratamento, mesmo que seja necessário aguardar alguns dias a mais. Uma definição precisa do diagnóstico é fundamental para definir o tratamento com maiores chances de sucesso.

O que fazer após o diagnóstico de câncer

Sem dúvida uma das situações mais temidas pelas pessoas é comparecer ao seu médico e ouvir a palavra câncer. Existem vários mitos sobre essa doença, sendo que em uma primeira impressão pode haver um choque com a notícia e uma turbilhão de sentimentos e emoções. É importante que você tenha um momento inicial para absorver o diagnóstico e então buscar apoio nos familiares e profissionais para os próximos passos necessários. Como foi dito, o câncer é um conjunto de doenças com uma variação enorme de sintomas, evolução e tratamentos, o que acaba tornando cada indivíduo único. Portanto, é mais provável que a experiência de outras pessoas não se apliquem completamente a uma outra pessoa com um novo diagnóstico. Nessa situação é fundamental que o paciente busque informações confiáveis de fontes médicas reconhecidas, algumas delas disponíveis inclusive na Internet. Entretanto, como o conteúdo da Internet não é controlado, é preciso ter muito cuidado com a procedência da informação. Após o diagnóstico de câncer, é muito importante que o paciente encontre um bom oncologista, pois cada vez mais o diagnóstico e o tratamento desse conjunto de doenças se torna mais complexo. Escolha profissionais com formação sólida, e busque informações com familiares e outros pacientes. O paciente pode experimentar uma complexa variação de sentimentos e emoções ao longo do processo de diagnóstico e tratamento. Além de comunicar isso com os profissionais médicos, dividir sentimentos com amigos e familiares é bastante útil. Em alguns casos pode inclusive ser necessário ajuda especializada para apoio emocional.

5) O câncer pode ser curado? Essa é uma das dúvidas mais comuns no dia-a-dia do consultório de um oncologista. Para melhor responder essa pergunta é necessário entender que a “cura” é na verdade um processo contínuo em que o câncer precisa diminuir, desaparecer e também nunca mais voltar. Então, qualquer resposta definitiva normalmente depende de um período de tempo que pode ser longo. Existe sim uma variação nas chances de obter sucesso em cada um desses passos, e em muitos casos ela pode ser muito alta. Características individualizadas, como o tipo e a extensão do tumor, a saúde em geral do paciente, e o emprego do tratamento mais adequado, dentre outros, podem ter influência nas chances de sucesso. Algumas pessoas preferem receber mais informações, incluindo estatísticas, e outras menos. É importante reconhecer essa preferência individual e encontrar uma equipe preparada em lhe conduzir por cada um desses passos. Mantenha seu estímulo para realizar o tratamento mais adequado possível, mesmo que o cenário pareça mais complicado do que você tenha imaginado no começo. Por mais difícil e sério que seja o cenário particular, existem várias razões para boas esperanças. Ao longo dos últimos anos, grandes avanços foram obtidos no tratamento e cuidado dos sintomas das pessoas com câncer, e logicamente espera-se que novas conquistas ocorram no futuro. E a cada novo sucesso, seja do seu tratamento como dos avanços da ciência, as esperanças de cura são renovadas, mesmo quando elas pareciam distantes inicialmente. Dois dos principais avanços nos últimos anos em oncologia, a imunoterapias e a terapia personalizada, renovaram as possibilidades de sucesso para muitos pacientes. Mesmo casos de doenças bastante avançadas e já com poucas opções disponíveis, obtiveram um grande sucesso. Portanto, é sempre importante buscar uma avaliação de qualidade.

Autores:

Dr Denis Jardim, oncologista titular do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, São Paulo

Dra Débora de Melo Gagliato, oncologista titular do Centro de Oncologia do Hospital Beneficência Portuguesa, São Paulo

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